Nesta noite afagar-te-ei os cabelos.
Deitar-me-ei sobre a ferida aberta
afim de esmagá-la impiedosamente.
Contar-te-ei o que fizeste
com o intuito de difamar teu nome em vão
Buscar-te-ei, oh sol,
Queimando-te feito como carvão
Queimando-te feito como carvão
Nesta noite ser-te-ei cruel
vendendo minha alma por trocados,
atirando-te as moedas na face.
Começarei despindo-me do pudor
até que despir-me-ei de minha própria pele.
E que morra em carne e osso.
Matando-me mais rápido
ao matar-te lentamente,
e silêncio.
e silêncio.
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Sabe aqueles textos que ficam no rascunho? Esse é um deles. Texto antigo, mas achei que valia a pena postar.
Sucumbido. Entregado. Morto.
Mas uma Morte que, ao invés de completar-se com a Vida, completa-se com outra Morte.
Gostei.
Te amo, bjo.
"...Nesta noite roubar-te-ei a vida
ao roubar-me, a minha."
Imagino a cena com facilidade.
No mais maravilhoso estilo europeu do século XVIII.
Trágico, inflamado, apaixonado e vingativo.
Tem algo de Oscar Wilde, talvez essa fugacidade e intensidade latente, tudo sem perder a beleza, mesmo nos atos mais sórdidos.
Hmmm...um contemporâneo que usa mesóclise... Gostei.
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