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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Oceano Amarelo


Borbulhenta água chá
Abre-se em pequenas ondas oscilatórias.
O corpo desnudo vagueia por entre aquele vasto líquido de lembranças.

A boca, ainda cheia de ar, prende-se
Na coragem de poder mergulhar profundamente.

Mãos que puxam para si as mais variadas memórias,
Pés que empurram para longe o presente.

Ruma-se ao passado em bela viagem gloriosa
De volta às nossas verdades, à nossa terra,

Ao lar, onde, nas profundezas desse oceano cor de mel,
Residem nosso eterno descanso emocional.

A viagem de ida para quem de lá não mais voltará.
Nadando, nadando...

Até perder o fôlego,
A consciência.

Para sempre dormir como a criança que,
Antes de desfalecer, escuta a tenra voz de seu velho pai,
Aquela velha estória de fazer ninar:

- Era uma vez...


2 COMENTE AQUI:

Unknown disse...

Belas palavras que remetem ao onírico e ao oceano das nossas emoções... Que as boas lembranças sejam como as ondas que, à medida em que chegam na praia, são acompanhadas das brisas que não fazem nada a não ser agradar.

Yuri Raskin Pospichil disse...

Realmente, belas linhas!

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