Borbulhenta água chá
Abre-se em pequenas ondas oscilatórias.
O corpo desnudo vagueia por entre aquele vasto líquido de lembranças.
A boca, ainda cheia de ar, prende-se
Na coragem de poder mergulhar profundamente.
Mãos que puxam para si as mais variadas memórias,
Pés que empurram para longe o presente.
De volta às nossas verdades, à nossa terra,
Ao lar, onde, nas profundezas desse oceano cor de mel,
Residem nosso eterno descanso emocional.
A viagem de ida para quem de lá não mais voltará.
Nadando, nadando...
Até perder o fôlego,
A consciência.
Para sempre dormir como a criança que,
Antes de desfalecer, escuta a tenra voz de seu velho pai,
Aquela velha estória de fazer ninar:
- Era uma vez...
Por Robson Rogers
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Belas palavras que remetem ao onírico e ao oceano das nossas emoções... Que as boas lembranças sejam como as ondas que, à medida em que chegam na praia, são acompanhadas das brisas que não fazem nada a não ser agradar.
Realmente, belas linhas!
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