O vídeo mostra-se um tanto pós apocalíptico, principalmente nas tomadas externas, paisagens de aço e concreto destruído, um cenário decadente sendo ofuscado pela maquiagem de um personagem espacial que invade nossas casas usando de todas as suas armas para manipular as mentes e criar um exército de olhos pintados e lábios borrados por batom.
Uma nova humanidade, com tantos rostos quanto desejarem, com tantas máscaras quanto quiserem, em nome do que é belo, em nome do que é arte. Quase como uma reencarnação dos maravilhosos tempos de Glam Rock e seus personagens transgressores, da moral e bons costumes, é que MadBlush nos é apresentado no vídeo de "Make Up".
E assim, como em "I Wanna Be Real", o visual anda de mão dadas com a parte sonora, a letra fica muito bem representada por cenários caóticos e um trabalho de montagem muito bom, criando toda uma aura de futurismo robótico e artificial que valorizam a obra.
Destaco também, e principalmente, os bailarinos com suas coreografias que lembram um pouco a dos franceses do Daft Punk e o trabalho impecável de maquiagem feito pela produção. A obra funciona como uma espécie de continuação de "I Wanna...". Em "Make Up", MadBlush passa da afirmação disfarçada de desejo para a dominação total, toma de assalto seu espaço e transforma o mundo com sua "maleta carregada de armas". Firmando-se como um senhor do glamour do submundo, invertendo a ordem entre mainstream e underground, mais do que invertendo, mesclando o highlight com o dark. A imagem de um futuro oxidado belamente coberto por cores. Um tempo tão presente quanto qualquer outro, o poder da beleza sobre a destruição e da arte como auto-flagelo.
Com certeza uma das obras que colocam a maquiagem em seu devido lugar, uma forma de expressão eterna e valorosa que se perpetuará de geração em geração graças à artistas e profissionais como MadBlush e os envolvidos no projeto do vídeo.
Texto de Yuri Pospichil
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