A ardência que me incomoda no olhar é seca,
Gélida insensata sensação de não saber
O que nos leva adiante?
Amor?
Paixão?
Ódio?
Suspiro por sabê-lo inútil aos meus ouvidos
Um silêncio que me afaga, mas que desprezo.
Um rumbar de tambores que anunciam...
O que? Eu não sei.
O que vem a ser esse propósito de existir por existir?
De onde vem esse tempo infinito irreal que seca minha pele
E enruguece minhas mãos?
Quando aqui chegamos, abrimos os nossos olhos
Umedecidos pelas lágrimas do desconhecido.
E, quanto mais fomos observando, mais secos de olhos e coração
Nos pareceu sentir a razão.
Medo?
Decepção?
A tristeza e o cansaço de ainda ver e se perguntar: por quê?
Quando aqui, sobre os olhos minhas pálpebras caírem,
Aqui descansarão irremediavelmente, para todo o sempre,
Levando consigo as histórias e visões de uma raça que não soube entender,
Não soube encontrar nada além do que seu destino final: a morte.
Por Robson Rogers
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Coincidência ou não, mas ambos postamos algo referente a velhice. Tu muito mais magistralmente que eu. No meu blog fiz um relato bem superficial sobre um episódio real (ainda que mesclando fantasias) em que me vi envolvido a umas semanas atrás. Mas o teu transcende épocas ou períodos etários até atingir jovens de almas tão velhas quanto velhos de almas que se perguntam o porque de suas rugas se ainda não perderam a consciência de que falta muito a conhecer e pouco tempo para fazê-lo. E principalmente, trata de um dos meus maiores medos, o de que com o cair das minhas pálpebras as respostas que me faltem adormeçam comigo em um sono eterno.
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