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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Conselhos de Rilke - II


"Caso o seu cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele, reclame de si mesmo, diga para si mesmo que não é poeta o bastante para evocar suas riquezas; pois para o criador não há nenhuma pobreza e nenhum ambiente pobre, insignificante"


Rilke
Paris, 17 de fevereiro de 1903
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Pobre daqueles que necessitam de palavras polidas para a construção de um belo poema. Constroem poemas mas não fazem poesia. Constroem poemas, mas não fazem arte. 

Respeito sinceramente os grandes poetas que inovaram na forma, no esqueleto de suas escritas. Fugiram do banal e se destacaram pela diferença, mas, honestamente, não vejo em seus poemas mais ou maior poesia do que nos poemas de uma criança. Se você se prende somente ao diferencial, na busca de construir belas escritas, deverias saber que hoje o diferente não passa do comum. Onde estarão os verdadeiros guerreiros? - Os sinceros de coração.

Tenho certeza que não era esse o caminho sonhado por grandes escritores. Eles já inovaram, destacaram e não há nada mais do que imitação de seus passos nos dias de hoje. Poemas, do tipo tradicionais, hoje em dia, são como as grifes. Enfeitam e escondem ao mesmo tempo o conteúdo.

Escrever, seja lá sobre o que for e como for, não é uma atividades exclusiva de intelectuais. É uma expressão da alma. Prefiro andar nú e descalço, mostrando a verdadeira arte. Aparentemente simples, mas de criação complexa.

Quem muito quer dar ao mundo, é porque tem uma necessidade compulsiva de receber.

Insignificante e ignorante é aquele que não vê a profundidade de uma simples palavra como o Amor. Este, sem dúvidas, está cego pela banalização do termo clichê.



1 COMENTE AQUI:

Yuri Raskin Pospichil disse...

Se inventarmos uma palavra e colocarmos nela um sentido a nosso bel'prazer, seriamos nós culpados do crime de destruidores da língua portuguesa e suas regras frias e pré-moldadas?

Bom, se formos condenados por esse crime, quem sabe nos tornaremos mártires aos olhos de um louco que encontrará por acaso nossas palavras em um futuro que delas esteja precisando.

Fazemos parte de um grupo de guerreiros que fazem das linhas, espadas suaves e dos ideais, estandartes sem brasão...lutamos contra um inimigo invisível, e vivemos sob nenhuma bandeira.

Liberdade, amor, beleza...

O que nos dizem essas letras agrupadas de forma melódica?
Em síntese, nada.
O sentimento está na mão que segura a pena e principalmente no coração de quem devora os símbolos.

Mente livre é muito mais que modismos retrô, é construir de forma sincera e coerente obras aparentemente desformes.

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